As configurações familiares têm sofrido mudanças ao longo dos tempos, e muitas deixaram de ter as características ‘tradicionais’ e passaram a ser, por exemplo, reconstituídas, mistas e multigeracionais. Fato este que necessita de novas adaptações e ajustes para a boa convivência e desenvolvimento familiar.

Conforme as mudanças foram ocorrendo, algumas questões familiares deixaram de ser preservadas, como o tempo livre para estar em família. Sendo assim, podemos perceber que o referencial de valores também foi mudando, o que muitas vezes dificultou a posição dos pais frente aos cuidados diários, já que eram passados por meio das transmissões geracionais.

Cada família tem seus valores, os quais conduzem a educação de seus membros, constituindo seus princípios e sua escala de valores. Desta forma, os pais “têm” que desempenhar papeis importantes, como de reguladores, de direção, proteção, de organização e cuidados, pois são fundamentais no desenvolvimento e no bom relacionamento familiar. Então, seria importante pensarmos que mais uma vez está sendo atribuída uma atividade obrigatória aos pais…. os pais “têm” que desempenhar papeis importantes”…

As funções parentais também são aquelas que se referem aos cuidados da prole, isto é dos filhos, nas quais os pais são responsáveis por atribuições materiais e afetivas. Os cuidados envolvem todas as atividades do dia-dia, as necessidades das crianças, visando o seu desenvolvimento físico, social e psicológico. E como, dar conta de todas essas atribuições? Principalmente se levarmos em contas as mudanças mencionadas anteriormente?

Quando o desenvolvimento das crianças está dentro do esperado, OK! O que incomoda muito mesmo é quando o esperado não acontece. Sendo assim, é de suma importância a procura de profissionais que possam nos auxiliar no ajuste dessa situação, buscando a adaptação esperada.

Este ajuste deve ser analisado/orientado de forma multidimensional, o que indica que a avaliação tem que ser realizada levando em conta todos os fatores que envolvem a relação familiar para que possa planejar uma ação direcionada para o incomodo. Cabe ao profissional orientar o ajuste de todos os comportamentos que estão em excesso e déficit para a regulação adequada.

A orientação é processual, cabendo a avaliação, intervenção, avaliação do novo comportamento e manutenção do adquirido.