É constrangedor, isso é inegável. O filho, tão amado e esperado, não se porta bem em lugar algum e (ou) não consegue se concentrar em nenhuma atividade por mais de alguns minutos. Shoppings, supermercados e casas de amigos são locais proibidos: o excesso de movimentação dessas crianças necessita de uma atenção constantes para que não se machuquem ou não machuquem os outros. Antes de jogar a toalha e decretar: “Este menino não tem jeito”, atenção! Ele pode ser vítima de um distúrbio que atinge cerca de 5% das crianças. E o melhor: o problema pode ser contornado.
Uma criança que age dessa maneira altera completamente a rotina de todos a sua volta: pais, avós, professores, amigos e outros parentes sentem-se impotentes diante de um quadro assim. E não é só isso : ela será um adulto com dificuldades. Mas o que fazer quando broncas, castigos, privações, conversas e conselhos são inúteis? Em um primeiro momento, o pequeno deve ser avaliado por um especialista. Caso seja diagnosticado que se trata de TDA (Transtorno de Déficit de Atenção) ou de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) – os principais distúrbios psicológicos em crianças – é, hora de tratá-lo. Tratar, sim. Com medicamentos, se necessário, pois estamos falando de uma doença que atinge, segundo estudos realizados, 5% da população infantil.
Prático e em linguagem direta, o livro exemplifica o comportamento de pessoas vítimas desse distúrbio, mostrando quais suas implicações no dia-a-dia das famílias, os problemas e também as soluções para os casos, que já contam com tratamentos eficazes. Um alento para os pais.
Por ter vivenciado a questão – Phelan possui um filho vítima do distúrbio –, o autor consegue simplificar sua mensagem, ao mesmo tempo em que desmistifica e expõe o problema. Pelo que já foi estudado até então, o TDA/TDAH resulta de um funcionamento inadequado da área pré-frontal do cérebro.
O livro também esclarece que o fator hereditariedade pode estar intrinsecamente envolvido na questão. Uma criança com um irmão vítima de TDA/TDAH corre 30% mais riscos de ter a disfunção. Já um filho cujo pai ou mãe seja portador da doença possui 50% de probabilidade de ser hiperativo ou ter déficit de atenção.
Autor: Thomas W. Phelan
Editora: M. Books