Dupla Excepcionalidade é o nome dado a quadros de altas habilidades e/ou superdotação que se manifestam conjuntamente a um Transtorno do Neurodesenvolvimento, tais como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, Dislexia, Distúrbio do Processamento Auditivo Central, Transtorno do Espectro Autista (especificamente Síndrome de Asperger) etc. Pouquíssimo conhecido e compreendido, esses casos costumam ser apenas diagnosticados com os quadros mais comuns à comunidade médica e à equipe de saúde mental (como TDAH, dislexia etc.), e, infelizmente, seu prognóstico acaba sendo frustrante para quem apresenta o quadro, assim como para sua família. A escola demonstra recusa em entender a possibilidade de quadros comórbidos cuja manifestação parece impossível (“Como uma criança tão inteligente pode apresentar dificuldade de leitura?”), e muitas vezes rotulam tais alunos como pouco motivados, desinteressados….o que de fato ocorre, já que apenas suas dificuldades são levadas em conta no desenvolvimento do programa educacional, ficando suas potencialidades sem incentivo e possibilidade de sucesso a esses alunos. Resultado disso tudo é o foco no problema. Apenas as dificuldades são tratadas e estimuladas e a alta habilidade/superdotação, que nos países desenvolvidos são valorizadas com programas específicos, visando a contribuição que essas crianças poderão dar ao país, deixam de ser estimuladas.
Quer saber mais?
Indico o livro: Superdotação e Dupla Excepcionalidade – Contribuições da Neurociência, Psicologia, Pedagogia e Direito Aplicado ao Tema, de Claudia Hakim. Curitiba: Juruá Editora, 2016.
Marina Merlin